sábado, 17 de novembro de 2018
Cuidar da saúde também é coisa de homem
Infelizmente, o machismo é um dos principais fatores que impedem a prevenção do câncer de próstata. Novembro é o mês de conscientização e Mato Grosso do Sul é o segundo estado de maior incidência da doença no país, segundo o INCA. A psicóloga da Caixa de Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems), Evelyn Gaspar, explica que a construção social do masculino faz com que haja preconceito com o exame de toque retal, “os homens geralmente não são estimulados ao autocuidado e a lidar saudavelmente com suas emoções”. Isso contribui negativamente para que a população masculina não dialogue para resolver suas inseguranças sobre o procedimento.
Essa construção social afeta também no tratamento da doença. A psicóloga afirma que os pacientes costumam ter medo dos procedimentos alterarem as atividades sexuais. “O masculino está muitas vezes associado à capacidade produtiva e geração de recursos financeiros. O tratamento pode implicar em uma crise de identidade, gerar sentimentos de baixa autoestima”.
O urologista Milton Garcia explica que o preconceito tem diminuído, “quando os homens acompanham casos familiares ou de conhecidos, com a forma avançada da doença, acabam se conscientizando dos exames de rotina e prevenção”.
De acordo com Milton, o câncer de próstata não apresenta sintomas em suas fases iniciais. “Mas nas fases avançadas, pode haver dificuldade para urinar, sangramento na urina, emagrecimento, falta de apetite e dores ósseas”. Para a prevenção, é solicitado o exame de sangue, também chamado de PSA a partir dos 45 anos. No início do câncer, o tratamento pode ser realizado com cirurgia e radioterapia, de acordo com Milton. Em fase avançada, com hormonioterapia ou quimioterapia.
Segundo Evelyn Gaspar, as campanhas de conscientização são fundamentais para levarem informações e estimular o diálogo entre os homens sobre os seus medos em relação à doença, para tratar o assunto com naturalidade. “Um fator que pode auxiliar muito é a busca por um tratamento de autoconhecimento e da própria sexualidade”.
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